Em 9 de setembro, celebra-se o dia Nacional de Conscientização da Epilepsia, doença neurológica que acomete cerca de três milhões de brasileiros. É comum ouvirmos ideias erradas sobre a doença que resultam em preconceito. Por isso, a pessoa com epilepsia pode ter dificuldade para se inserir na sociedade, formar uma família e, até, conseguir um emprego.
A epilepsia se caracteriza por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro que geram as crises epilépticas. Essas podem se manifestar com alterações da consciência ou eventos motores, sensitivos, autonômicos, por exemplo, suor excessivo e hipotensão), dentre outros percebidos pelo paciente ou por outra pessoa. Há vários tipos de crises, a “convulsão” é uma delas.
Existem mitos em relação à doença que são responsáveis pelo preconceito. Um dos principais é a ideia de que a epilepsia é uma doença transmissível e se pega pela saliva. Isso é ERRADO. A epilepsia NÃO é contagiosa, e o contato não transmite a doença.
Outro mito que pode ser bastante perigoso é que se deve segurar os braços e a língua da pessoa durante a crise. NÃO FAÇA ISSO! Na crise, o ideal é colocar o paciente deitado com a cabeça de lado, o que facilita a saída de secreções e evita a aspiração, e apoiado sobre uma superfície confortável. Não introduza qualquer objeto na boca, não tente interromper os movimentos dos membros e não ofereça nada para a pessoa ingerir.
Algumas pessoas tentam introduzir o dedo ou objetos na boca do paciente durante a crise, tentando impedir que engula sua própria língua. Isso é MITO. É um erro comum e perigoso. A língua não enrola, e o paciente não pode engoli-la. Não se deve introduzir os dedos dentro da boca do paciente pelo risco de lesões graves nos dedos, e tampouco introduzir objetos rígidos, pelo risco de outras lesões.
O médico especialista no tratamento da epilepsia é o neurologista clínico. O tratamento orientado pelo especialista e o uso regular da(s) medicação(ões) são capazes de controlar adequadamente as crises. Há ainda as epilepsias refratárias de difícil controle, porém o especialista deve julgar o caso e o melhor tratamento para cada paciente.